domingo, 29 de dezembro de 2019

Sebastião Pinto (1886-1961)

    Outro Patrono português de uma Escola Estadual em Itapetininga é SEBASTIÃO PINTO.

Sebastião Pinto em 1942

   Sebastião Pinto era filho de Daniel Pinto e Delfina Marques e nasceu às 23:00 horas do dia 9 de agosto de 1886 na Aldeia de Baixo, que na época era um lugar (ou um bairro) da Freguesia de Armamar, no Concelho de Armamar, Distrito de Viseu, Portugal. Atualmente Aldeia de Baixo é um lugar da Freguesia de Aldeias, pertencente aos mesmos concelho e distrito.

  Fazendo uma analogia entre as unidades administrativas, um distrito em Portugal é equivalente a um estado no Brasil. Um concelho lá é o mesmo que um município aqui e uma freguesia equivale a um distrito de um município brasileiro.

    A seguir, a imagem do seu registro paroquial de batismo, com sua respectiva transcrição e um resumo para um melhor entendimento:
                                                                                                                                                    

REGISTRO PAROQUIAL DE BATISMO DE

“SEBASTIÃO PINTO”

IGREJA PAROQUIAL SÃO MIGUEL

ARMAMAR (freguesia), ARMAMAR (concelho), VISEU (distrito), PORTUGAL

imagens:


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transcrição:

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• resumo:

nome: Sebastião

nascimento: data e local: 09/08/1886, às 23:00 horas - Aldeia de Baixo (lugar), Armamar (freguesia), Armamar

pais: Daniel Pinto - natural da Aldeia de Baixo (lugar), Armamar (freguesia), Armamar e          Delfina Marques - natural de Fontelo (freguesia), Armamar

avós paternos: avô incógnito e Bernardina Roza

avós maternos: João Cardoso Fernandes e Maria Barbara

batismo: data e local: 09/09/1886 - Igreja Paroquial São Miguel, Armamar (freguesia), Armamar

padrinhos: Victorino Cardoso Valente e Maria Ignacia Valente (viúva) - ambos da Aldeia de Baixo

observação:


   Seu avô paterno é José Pinto dos Santos, informação obtida de um registro civil brasileiro declarado pelo próprio Sebastião Pinto. No seu registro paroquial de batismo aparece seu avô como incógnito devido aos seus avós paternos não serem casados. Na época, quando os pais não eram casados, os filhos costumavam a aparecer nos registros como de pai incógnito ou como filho natural apenas da mãe, que constava também ser solteira. Às vezes acontecia de constar o nome do pai, mas aparecendo o termo “filho ilegítimo”, sendo o “ilegítimo” no sentido do filho não ser de um legítimo casamento; o que causa uma certa confusão hoje em dia.
                                                                                                                                                    

   A família Marques Pinto começou a imigrar para o Brasil na década de 1890. Primeiro vieram os homens e depois as mulheres. Sebastião Pinto chegou em 1897 junto de seu irmão caçula João Pinto e provavelmente de Diogo de Oliveira, que talvez fosse um amigo da família e acompanhou os irmãos menores na travessia do Oceano Atlântico, como pode ser visto no pedido de passaporte deles realizado em Portugal em 5 de março de 1897:

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  Seu pai e talvez o irmão mais velho, Antonio Pinto, já estavam aqui no Brasil. Posteriormente a mãe e as irmãs também vieram e, assim, toda a família reuniu-se novamente; estabelecendo-se definitivamente em Itapetininga, onde eles possuíam um armazém de secos e molhados com o nome comercial de “Daniel Pinto & Filhos”.

  Os membros da família Marques Pinto moravam na Rua Cesário Mota, onde hoje se localiza o Edifício Itapuã. Sebastião, seus pais e suas irmãs moraram até o final de suas vidas nesse local.

   Sebastião Pinto cresceu na cidade escolhida pela família para uma nova vida, porém formou-se em São Carlos e morou em várias outras cidades por onde trabalhou.

  Em Itapetininga teve uma vida muito dinâmica e foi bastante atuante na sociedade local. Além de suas obrigações profissionais, participou também de várias entidades civis, como podem ser vistos nos relatos mais abaixo.

  Membro do Irmandade do Santíssimo Sacramento de Itapetininga, também colaborou para a construção da atual Catedral Nossa Senhora dos Prazeres. Sua ligação e de sua família com a Igreja Católica era muito forte, doando até alguns imóveis e outros bens para a mesma; incluindo o terreno onde hoje se localiza o Lar Célia Teresa Rodrigues Soares Hungria, doação feita pela sua irmã Bibiana Marques Pinto.

  No ano de 1940 naturalizou-se brasileiro pelo decreto de 13 de maio de 1940 do Presidente da República dos Estados Unidos do Brasil, Getulio Vargas; publicado no Diário Oficial da União no dia 15 de maio de 1940, como mostrados nos recortes abaixo:

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   Sebastião Pinto vem a ser primo da minha bisavó portuguesa Maria dos Remedios Marques (sendo que suas mães são irmãs), mãe da minha avó materna Palmira Marques Brito. Além disso, a família Marques Pinto foi quem criou minha avó Palmira. Quando esta ficou órfã de mãe com menos de 4 anos de idade devido ao falecimento de Maria dos Remedios no Rio de Janeiro, essa família dispôs-se a criar Palmira em Itapetininga, que depois também virou Professora e após casar-se adotou o nome de Palmira Marques Carneiro.

   O professor Sebastião Pinto faleceu em Itapetininga em 14 de outubro de 1961, às 08:30 horas, aos 75 anos de idade, na véspera do Dia dos Professores. Seu falecimento causou grande comoção na comunidade local, sendo que no dia seguinte foi realizado uma missa de corpo presente na Igreja Matriz Nossa Senhora dos Prazeres (atual Catedral) e na sequência deu-se o seu sepultamento no Cemitério do Santíssimo Sacramento em Itapetininga.

   Abaixo três recortes do jornal itapetiningano Tribuna Popular do dia 18 de outubro de 1961, onde foram publicados um agradecimento e convite para a missa de 7º dia, realizados pela irmã Bibiana Marques Pinto em nome da família, e um histórico do falecido Professor:



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   Já no dia 16 de outubro de 1961 na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, o Deputado Estadual D.r Cyro Albuquerque apresentou o seguinte requerimento, publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo (DOSP) em 18 de outubro de 1961; cuja justificativa foi a mesma usada no Projeto de Lei para denominar um Grupo Escolar com seu nome, também publicado no mesmo DOSP:

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HISTÓRICOS DA CRIAÇÃO DA ESCOLA ESTADUAL SEBASTIÃO PINTO E DE SEU PATRONO

   A seguir estão os históricos da criação da Escola Estadual Sebastião Pinto e de seu Patrono como estão nos capítulos 1 e 2 da Unidade III do Plano de Gestão Escolar para o Quadriênio 2012/2015 da Unidade Escolar:

“III - Histórico da unidade escolar

1) Histórico de criação:

   A escola foi criada de acordo com a Lei nº 6560 publicada em 08/12/1961 ofertando os quatro primeiros anos do Ensino Fundamental de 1ª à 4ª série e, de acordo com a Res. S.E. de 23/12/1976 publicada em 24/01/1976, passou a oferecer também os anos finais do Ensino Fundamental a partir da 5ª série.

2) Histórico do Patrono:

   Prof. Sebastião Pinto, patrono desta Unidade Escolar. Filho de Daniel Pinto e Delfina Marques Pinto.  Nasceu na Aldeia de Baisco, Província de Beira Alta em Portugal, a 08/08/1886, faleceu em Itapetininga a 14/10/1961, sendo sepultado no Cemitério Santíssimo Sacramento no jazigo da família.  Aportou no Brasil em março de 1897, vindo residir com os pais e irmãos em Itapetininga, cidade que amou e serviu de todo o coração até o fim de seus dias. Formou-se em 20/11/1914, na Escola Normal Secundária de São Carlos. Naturalizou-se brasileiro pelo decreto de 13/05/1940.  Ingressou no Magistério Público, tendo exercido o cargo de professor da Escola Masculina de Joanópolis, Adjunto do Grupo Escolar “Dr. Guimarães Junior” de Ribeirão Preto.  Diretor do mesmo Estabelecimento, Diretor da Escola Profissional de Ribeirão Preto e Inspetor Escolar de Tietê, Penápolis e Itapetininga, em cujo cargo se aposentou, em 05/10/1948, após trinta e três anos de efetivo exercício. Substituiu o titular da Delegacia Regional de Ensino de Itapetininga por várias vezes, com critério, inteligência e justiça. O Professor Sebastião Pinto, conquistou definitivamente os corações da Comunidade Itapetiningana. Alegre, jovial, procurava emprestar sempre alta dose de otimismo aos seus atos. Piedoso e Prestativo, soube cumprir com seus deveres cristãos colaborando de forma decisiva com a irmandade e com as instituições beneficentes a que pertencia. Sua existência foi marcada por atitudes de forma sem jaça e de caráter aprimorado nos sadios ensinamentos evangélicos. O Professor Sebastião Pinto, era compreensivo, humano, além de possuir elevado senso didático que o fazia adorado por toda criança da Terra das Escolas.”

Obs.: O local de nascimento correto é Aldeia de Baixo e não Aldeia de Baisco e a data de nascimento certa é 09/08/1886 e não 08/08/1886.

   Este outro histórico foi copiado da página na internet “Genealogia Itapetiningana”, estudos genealógicos de José Luiz Nogueira:

“Professor Sebastião Pinto

   Filho de Daniel Pinto e de Delfina Marques Pinto, nasceu em Aldeia de Baixo, conselho de Armamar, Distrito de Viseu, província de Beira Alta em Portugal, no dia 09 de agosto de 1886 e faleceu em Itapetininga a 14 de outubro de 1961, sendo sepultado no Cemitério do Santíssimo Sacramento nesta cidade.

   Aportou no Brasil, em março de 1897, vindo residir com seus pais e seus irmãos em Itapetininga, cidade que amou e serviu de todo coração até o fim da sua vida.

   O que fez o Curso Preparatório para ingressar na escola Normal, com o abalizado Prof. Antonio Augusto da Fonseca (Major Fonseca).

   Prestou exame de admissão na escola Normal de São Carlos, onde concluiu os estudos, recebendo seu diploma de normalista no dia 20 de novembro de 1914.

   Naturalizou-se brasileiro, pelo decreto de 13 de maio de 1940.

   Ingressou no magistério público primário, tendo exercido os cargos de professor da escola masculina de Joanópolis: adjunto do grupo escolar Dr. Guimarães Júnior, de Ribeirão Preto.

   Diretor do mesmo grupo escolar, diretor da escola Profissional de Ribeirão Preto, Inspetor Escolar de Tietê, Penápolis, e Itapetininga, em cujo cargo ficou até se aposentar em 5 de outubro de 1948, após mais de 33 anos de efetivo exercício. Substituiu o titular da delegacia de ensino por várias vezes, com critério, inteligência e justiça.

   Sua atuação durante a revolução constitucionalista de 1932 foi das mais decisivas, promovendo a instalação e fundação do hospital da Cruz Vermelha de Itapetininga, no qual exerceu o árduo cargo de Diretor Administrativo, com amor e patriotismo, do começo ao fim da campanha.

   Locutor do programa cultural e religioso da Ave Maria da tradicional Rádio Difusora-PRD9 ao qual foi também um dos idealizadores.

   Como locutor tomou parte saliente nas irradiações festivas e nas vespertinas, levando sua palavra de fé e piedade ao recesso dos lares cristãos, só deixando de fazê-lo quando um mal insidioso que o acometera, embargou-lhe a voz.”

SOBRE OS PATRONOS MAJOR FONSECA E SEBASTIÃO PINTO

   Este e o artigo anterior neste blog falam um pouco das origens, históricos e curiosidades das vidas de Antonio Augusto da Fonseca e de Sebastião Pinto. Eles eram portugueses de lugares distintos: Antonio Augusto da cidade do Porto (Distrito do Porto) e Sebastião de Armamar (Distrito de Viseu). Os distritos do Porto e de Viseu são distritos limítrofes.

   Major Fonseca nasceu na freguesia da Foz do Douro (pertencente à cidade do Porto) e, como o nome já diz, localiza-se onde o Rio Douro, um importante rio português que cruza o norte do país, deságua no mar. Esse mesmo rio também banha Armamar, a cidade natal da família Marques Pinto.

   Apesar de eles não terem uma ligação de parentesco, sempre houve uma estreita relação de amizade entre Major Fonseca e a família Marques Pinto.

   Do artigo “Antonio Augusto da Fonseca - 164 anos de nascimento” já se observa que foi também por iniciativa de Antonio Pinto, irmão de Sebastião Pinto, a idealização de um busto para homenagear Major Fonseca, que foi inaugurado em 25 de dezembro de 1917 na antiga Praça João Soares (atual Praça Marechal Deodoro da Fonseca ou mais conhecida por Largo dos Amores) e hoje está no jardim da Escola Estadual em que é patrono. Aliás, ao lado dessa Escola situavam-se um terreno e a residência dos Marques Pinto. O terreno virou o Lar Célia Teresa Rodrigues Soares Hungria.

   Foi com Major Fonseca que Sebastião Pinto preparou-se para ingressar na Escola Normal, dando início à sua carreira no magistério.

   Essas foram algumas demonstrações da amizade existente entre esses imigrantes do Norte de Portugal.

   Para finalizar, todos os portugueses da família Marques Pinto estão repousados eternamente em um túmulo no Cemitério do Santíssimo Sacramento de Itapetininga ao lado do túmulo de Antonio Augusto da Fonseca.

• fontes: ARQUIVO DISTRITAL DE VISEU, DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO, FAMILY SEARCH, FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL, GENEALOGIA ITAPETININGANA DE JOSÉ LUIZ NOGUEIRA, IMPRENSA OFICIAL DO GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO E JORNAL TRIBUNA POPULAR

• pesquisa: ALAN FRANCI

Alan Franci - Itapetininga - domingo, 29 de dezembro de 2019

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