quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

O PRESTES dos Prestes de Albuquerque e de Luis Carlos Prestes

No artigo sobre Agostinho de Oliveira da Costa (1687-1773), português natural da antiga Freguesia de Santo Estêvão, Lisboa, verificamos que a maioria de seus filhos eram mais conhecidos e/ou se declaravam com o sobrenome Prestes. Como deve haver milhões de descendentes de Agostinho vivendo na atualidade, muitos dos que hoje possuem o Prestes têm uma chance grande de serem descendentes dele.

Vamos mostrar neste artigo bem objetivamente através da análise documental de registros paroquiais e civis (estes apenas após 1889) que Agostinho é um ancestral de Fernando Prestes de Albuquerque e, consequentemente, de seu filho Julio Prestes de Albuquerque, dois políticos muito importantes durante a República Velha. Mostraremos também quando se iniciou o sobrenome composto Prestes de Albuquerque.

Da mesma forma veremos que Luis Carlos Prestes, outro político brasileiro do século XX conhecido mundialmente, também descende de Agostinho de Oliveira da Costa.

Por fim mostraremos uma origem em Portugal nem tão remota do sobrenome Prestes usado por essas personalidades em uma mulher que viveu nos anos 1600 (século XVII) em Lisboa.

O PRESTES dos Prestes de Albuquerque

Prestes de Albuquerque

A família Prestes de Albuquerque é muito conhecida nacionalmente devido aos seus dois famosos representantes na política: Fernando Prestes de Albuquerque e seu filho, Julio Prestes de Albuquerque. Eles também são mais conhecidos com o primeiro sobrenome apenas: Fernando Prestes e Julio Prestes.

Julio Prestes de Albuquerque nasceu em Itapetininga em 15 de março de 1882, sendo filho de Fernando Prestes de Albuquerque e Olimpia Prestes de Santana. Foi batizado na Igreja Matriz Nossa Senhora dos Prazeres, Itapetininga, em 28 de abril de 1882.

Tanto Fernando como Olimpia possuíam o sobrenome Prestes. Eles casaram-se na antiga Matriz de Itapetininga em 9 de setembro de 1874.

Fernando Prestes de Albuquerque era filho de Manoel Prestes de Albuquerque e Ignacia Francisca Vieira. Ele nasceu em 26 de junho de 1855 em Angatuba, na época um bairro pertencente a Itapetininga com o nome de Palmital. Não encontramos seu registro paroquial de batismo.

Manoel e Ignacia devem ter-se casado no Rio Grande do Sul, de onde ela era natural.

Olimpia Prestes de Santana nasceu em 25 de agosto de 1860 em Itapetininga, segundo seu registro paroquial de batismo, que se realizou na Igreja Matriz Nossa Senhora dos Prazeres em 24 de setembro de 1860. Era filha de José Joaquim de Santana e Generosa da Silveira Prestes.

José Joaquim e Generosa contraíram matrimônio no dia 4 de julho de 1858 na antiga Igreja Matriz Sant’Ana, em Itapeva, na época denominada Faxina.

Fazendo um resumo até este ponto para uma melhor compreensão:

* Julio Prestes de Albuquerque (1882)
* pais: Fernando Prestes de Albuquerque (1855) e Olimpia Prestes de Santana (1860) - casados em 1874
* avós paternos: Manoel Prestes de Albuquerque e Ignacia Francisca Vieira
* avós maternos: José Joaquim de Santana e Generosa da Silveira Prestes - casados em 1858

A partir daqui continuaremos a mostrar apenas os ascendentes dos que contêm o sobrenome Prestes; assim começando com Manoel e Generosa, respectivamente, avô paterno e avó materna de Julio.

Manoel Prestes de Albuquerque nasceu Itapetininga em 9 de março de 1818 e foi batizado na antiga Igreja Matriz local em 30 de março de 1818. Era filho de Serafim José Ferreira de Albuquerque e Anna Esmeria Prestes.

Serafim José e Anna Esmeria casaram-se na Igreja Matriz Nossa Senhora da Ponte em 1º de junho de 1813, em Sorocaba, onde nasceram seus primeiros filhos. Deste casamento iniciou-se o sobrenome composto Prestes de Albuquerque. Entre 1815 e 1818 a família mudou-se para Itapetininga.

Generosa da Silveira Prestes deve ter nascido em Itapetininga em torno de 1840 e era filha de José Custodio da Silveira e Francisca Prestes de Albuquerque. Seu registro de batismo não foi localizado.

José Custodio e Francisca casaram-se em Araçoiaba da Serra, na época uma freguesia de Sorocaba denominada Campo Largo de Sorocaba, na Igreja Matriz Nossa Senhora das Dores em 11 de abril de 1839.

Passando para a seguinte geração, Anna Esmeria Prestes nasceu em 1798 em Sorocaba e foi batizada nessa mesma cidade no dia 16 de setembro de 1798 na Igreja Matriz Nossa Senhora da Ponte. Era filha de José Joaquim de Oliveira Prestes e Maria Ferreira.

Francisca Prestes de Albuquerque era filha de Serafim José Ferreira de Albuquerque e Anna Esmeria Prestes e nasceu em 8 de abril de 1823 em Itapetininga, onde foi batizada na antiga Matriz Nossa Senhora dos Prazeres no dia 14 de abril desse mesmo ano.

Observamos uma curiosidade: Francisca Prestes de Albuquerque também era filha de Serafim José e Anna Esmeria, ou seja, os avós paternos de Fernando Prestes de Albuquerque eram avós maternos da mãe de Olimpia Prestes de Santana; ou seja, Fernando e sua sogra, Generosa, eram primos-irmãos.

Portanto a mais próxima ancestral em comum com o sobrenome Prestes de Fernando e Olimpia era Anna Esmeria Prestes, avó do primeiro e bisavó da segunda, como resumido a seguir:

* Fernando Prestes de Albuquerque (1855)
* pai: Manoel Prestes de Albuquerque (1818)
* avó: Anna Esmeria Prestes (1798)

e

* Olimpia Prestes de Santana (1860)
* mãe: Generosa da Silveira Prestes (1840?)
* avó: Francisca Prestes de Albuquerque (1823)
* bisavó: Anna Esmeria Prestes (1798)

Anna Esmeria Prestes

Anna Esmeria, como visto, era filha de José Joaquim de Oliveira Prestes e Maria Ferreira. Estes casaram-se na antiga Igreja Matriz de Sorocaba em 8 de novembro de 1797.

José Joaquim de Oliveira Prestes, por sua vez, era filho de Francisco Machado de Oliveira Prestes e Francisca Fernandes Xavier da Silva e talvez tenha nascido em Sorocaba por volta de 1780.

Francisco e Francisca contraíram matrimônio na Igreja Matriz Santana, em Santana de Parnaíba, no dia 22 de maio de 1779.

Francisco Machado de Oliveira Prestes nasceu em Santo Amaro, atual bairro de São Paulo e na época uma freguesia da mesma cidade, em 1744 e foi batizado na Igreja Matriz Santo Amaro em 31 de outubro de 1744. Era filho de José de Oliveira Prestes e Theresa Blanco Machado.

José e Theresa casaram-se em 3 de setembro de 1736 na antiga Matriz de Santo Amaro.

José de Oliveira Prestes nasceu em 1711 em Santo Amaro e foi batizado na Matriz local em 6 de setembro de 1711. Ele era filho de Agostinho de Oliveira da Costa e Anna da Silveira.

Desta forma acabamos de demonstrar que os Prestes de Albuquerque descendem de Agostinho e uma de suas três esposas.

Para um melhor entendimento, a seguir os ancestrais de Anna Esmeria Prestes até Agostinho de Oliveira da Costa:

* Anna Esmeria Prestes (1798)
* pai: José Joaquim de Oliveira Prestes (1780?)
* avô: Francisco Machado de Oliveira Prestes (1744)
* bisavô: José de Oliveira Prestes (1711)
* trisavô: Agostinho de Oliveira da Costa (1687)

Portanto Anna Esmeria Prestes é trineta, sempre pelo lado paterno, de Agostinho de Oliveira da Costa e sua primeira esposa, Anna da Silveira. E Anna Esmeria era avó paterna de Fernando Prestes de Albuquerque e avó materna da sogra deste, Francisca Prestes de Albuquerque.

Em relação a Julio Prestes de Albuquerque, Anna Esmeria Prestes era sua bisavó pelo lado paterno e trisavó pelo lado materno.

Já Agostinho de Oliveira da Costa era 5º avô de Fernando Prestes de Albuquerque e 6º avô de sua esposa, Olimpia Prestes da Silveira.

Por fim, um resumo dessas duas linhagens de ascendentes de Julio até Agostinho:

pelo lado paterno:

* Julio Prestes de Albuquerque (1882)
* pai: Fernando Prestes de Albuquerque (1855)
* avô: Manoel Prestes de Albuquerque (1818)
* bisavó: Anna Esmeria Prestes (1798)
* trisavô: José Joaquim de Oliveira Prestes (1780?)
* tetravô ou tataravô: Francisco Machado de Oliveira Prestes (1744)
* 5º avô: José de Oliveira Prestes (1711)
* 6º avô: Agostinho de Oliveira da Costa (1687)

e pelo lado materno:

* Julio Prestes de Albuquerque (1882)
* mãe: Olimpia Prestes de Santana (1860)
* avó: Generosa da Silveira Prestes (1840?)
* bisavó: Francisca Prestes de Albuquerque (1823)
* trisavó: Anna Esmeria Prestes (1798)
* tetravô ou tataravô: José Joaquim de Oliveira Prestes (1780?)
* 5º avô: Francisco Machado de Oliveira Prestes (1744)
* 6º avô: José de Oliveira Prestes (1711)
* 7º avô: Agostinho de Oliveira da Costa (1687)

O PRESTES de Luis Carlos Prestes

Luis Carlos Prestes

Outro Prestes conhecido no Brasil e no mundo devido à política foi Luis Carlos Prestes, que também descende de Agostinho de Oliveira da Costa.

Luis Carlos Prestes nasceu em Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul, em 3 de janeiro de 1898 e era filho de Antonio Pereira Prestes e Leocadia de Almeida Felisardo. Seu registro civil de nascimento foi declarado pelo próprio pai no Cartório de Registro Civil em 4 de janeiro de 1898.

Antonio e Leocadia casaram-se em Porto Alegre no dia 30 de maio de 1896 tanto no Cartório de Registro Civil como na Catedral Nossa Senhora Mãe de Deus.

Antonio Pereira Prestes nasceu em 23 de agosto de 1869 em Porto Alegre e foi batizado na Catedral Nossa Senhora Mãe de Deus no ano de 1872. Era filho de Antonio Pereira Prestes e Luiza Machado de Freitas.

Antonio e Luiza devem ter contraído matrimônio em torno de 1858 em Porto Alegre.

Antonio Pereira Prestes era filho de Tertuliano Antonio Pereira e Fermianna Maria de Oliveira Prestes e nasceu no dia 12 de novembro de 1821 em Porto Alegre. Foi batizado nessa cidade na Igreja Matriz Nossa Senhora Mãe de Deus em 9 de dezembro de 1821.

Tertuliano e Fermianna casaram-se em 10 de novembro de 1808 na atual Mostardas, Estado do Rio Grande do Sul, na Igreja Matriz São Luís Rei de França.

Fermianna Maria de Oliveira Prestes nasceu em 22 de março de 1790 em Mostardas, onde foi batizada em 15 de abril de 1790 na Igreja Matriz local. Era filha de Manoel de Oliveira Prestes e Silvana Joaquina de Sousa.

Manoel e Silvana Joaquina devem ter-se casado por volta de 1783 na atual Viamão, Estado do Rio Grande do Sul, de onde ela era natural.

Manoel de Oliveira Prestes era filho de José de Oliveira Prestes e Theresa Blanco Machado. Nasceu em 1752 em Santo Amaro, atual bairro de São Paulo, onde foi batizado em 28 de agosto de 1752 na antiga Igreja Matriz local.

José e Theresa casaram-se na Igreja Matriz Santo Amaro em 3 de setembro de 1736.

José de Oliveira Prestes nasceu em 1711 em Santo Amaro, São Paulo, e foi batizado na Igreja Matriz local em 6 de setembro de 1711. Era o segundo filho de Agostinho de Oliveira Prestes e Anna da Silveira.

Portanto demonstramos que Luis Carlos Prestes também descende de Agostinho e uma de suas esposas, como explicado abaixo:

* Luis Carlos Prestes (Porto Alegre - 1898)
* pai: Antonio Pereira Prestes (Porto Alegre - 1869)
* avô: Antonio Pereira Prestes (Porto Alegre - 1821)
* bisavó: Fermianna Maria de Oliveira Prestes (Mostardas - 1790)
* trisavô: Manoel de Oliveira Prestes (Santo Amaro, São Paulo - 1752)
* 4º avô: José de Oliveira Prestes (Santo Amaro, São Paulo - 1711)
* 5º avô: Agostinho de Oliveira da Costa (Santo Estêvão, Lisboa, Portugal - 1687)

Os Prestes de Albuquerque e Luis Carlos Prestes

Como percebemos, Agostinho de Oliveira da Costa (1687-1773) era 5º avô tanto de Fernando Prestes de Albuquerque (1855) como de Luis Carlos Prestes (1898) e estes descendiam do mesmo filho de Agostinho: José de Oliveira Prestes, o segundo filho com a primeira esposa e nascido em 1711.

Desta forma os trisavós de Fernando e Luis Carlos são irmãos, respectivamente, Francisco Machado de Oliveira Prestes (1744) e Manoel de Oliveira Prestes (1752); ou seja, os bisavós são primos-irmãos, respectivamente, José Joaquim de Oliveira Prestes (1780?) e Fermianna Maria de Oliveira Prestes (1790).

O PRESTES - Luiza Prestes

Apesar de Agostinho de Oliveira da Costa não usar o sobrenome Prestes, foi este, além do Oliveira, que foi transmitido e era mais usado pela maioria dos seus filhos. Isto porque, para Agostinho, sua mãe chamava-se Anna Prestes; como ele declarou nos registros paroquiais de seus dois últimos casamentos no Brasil.

Porém vimos no artigo sobre Agostinho que os registros paroquiais em Portugal diziam que sua mãe se declarava como Anna da Costa e quem possuía o sobrenome Prestes era a mãe dela, Luiza Prestes.

Portanto o sobrenome Prestes da família Prestes de Albuquerque e de Luis Carlos Prestes possui uma origem em Luiza Prestes, avó materna de Agostinho.

Para finalizar, um esquema com os mais próximos ancestrais de Agostinho:

* Agostinho de Oliveira da Costa
* pais: Vicente de Oliveira e Anna da Costa
* avós paternos: Manoel de Oliveira e Joanna de Oliveira
* avós maternos: Antonio da Costa e Luiza Prestes

Fontes:

* Atlas Histórico do Brasil:

* Blog Alan Franci - artigo “Agostinho de Oliveira da Costa (1687-1773)”:

* Família Júlio Prestes de Albuquerque:

* Family Search:

* Genealogie on line (Roberto Petroucic):

* Geneanet (Valdinei Silveira):

* Genearc (Roberto de Oliveira Cardoso dos Santos):

* Geni (Lúcia Pilla):

* Google:

* Wikipédia:

Pesquisa:

* Alan Franci

Alan Franci – Itapetininga – quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

AGOSTINHO DE OLIVEIRA DA COSTA (1687-1773)

Estudo genealógico

Registro paroquial de batismo e outras descobertas desse meu 8º avô e sua família

Agostinho de Oliveira da Costa nasceu em 1687 (provavelmente no mês de agosto, por isso seu nome) em Lisboa, Portugal, e foi batizado em 4 de outubro de 1687 na Igreja Paroquial de Santo Estêvão, Bairro de Alfama, o bairro mais antigo e tradicional de Lisboa e que compreende boa parte da antiga Freguesia de Santo Estêvão. Abaixo a imagem de seu registro paroquial de batismo:

(clique na imagem para aumentá-la)

Transcrição:


                                                Outubro de 1687.
                            Aos  quatro dias  do  mes  de  8.bro  de Seis Centos e oitenta
                            e sette annos  bauptisei a  Agostinho f.o de Vicente de Olivr.a
 Agostinho.          e  de  Anna da Costa  m.es  no  beco do Maquinés  Lapa,  foi
                            padrinho   Paschoal   Fran.co   m.or   ao   Loretto.
                                                                            Cristovão Prestes da Silvr.a



Era filho de Vicente de Oliveira e Anna da Costa (moradores na época no Beco do Maquinez, Bairro de Alfama; onde Agostinho deve ter nascido); neto paterno de Manoel de Oliveira e Joanna de Oliveira e materno de Antonio da Costa e Luiza Prestes.

Vicente de Oliveira e Anna da Costa, assim como o filho Agostinho, também eram naturais de Alfama e foram batizados na mesma Igreja Paroquial de Santo Estêvão.

Agostinho veio para o Brasil na primeira década do século XVIII, onde se casou em primeiras núpcias na Igreja Matriz Santo Amaro, na antiga Freguesia de Santo Amaro, atual bairro do Município de São Paulo, com Anna da Silveira em 9 de abril de 1708. Seu primeiro filho foi Pedro Nolasco de Oliveira, nascido em 1709 na mesma freguesia e batizado na Matriz do local em 14 de fevereiro de 1709.

A esposa Anna da Silveira era filha de José da Silveira de Bittencourt e Anna Cavalheiro, nasceu em 1693 e foi batizada na Igreja Matriz Nossa Senhora da Assunção (Catedral da Sé), Bairro da Sé, São Paulo, em 21 de março de 1693. Talvez ela tenha nascido em Santo Amaro e não na região da Sé, apenas sido batizada na antiga Matriz da Sé.

Agostinho e Anna tiveram 10 filhos cujos registros paroquiais de batismo foram encontrados, ficando assim sua família:

Agostinho de Oliveira da Costa e Anna da Silveira
          ·         Pedro (1709)
          ·         José (1711)
          ·         Domingos (1714)
          ·         Anna (1716)
          ·         Escolastica (1720)
          ·         Antonio (1725)
          ·         João (1729)
          ·         Manoel (1732)
          ·         Joanna (1735)
          ·         Francisco (1737)

O primeiro filho a se casar foi Pedro Nolasco de Oliveira, que se casou com Maria José de Jesus Garcia (filha de Jeronimo Pires de Siqueira e Simoa de Siqueira) na Igreja Matriz Santo Amaro em 26 de agosto de 1727, dando a Agostinho o primeiro neto: Simão Pires de Oliveira, que nasceu em Santo Amaro em 1729 e foi batizado na Igreja Matriz do local em 6 de novembro de 1729.

A partir desse momento concomitantemente Agostinho passou a ter filhos, seus primeiros filhos a se casar e netos a nascer.

Em 11 de agosto de 1746 casou-se a primeira neta a contrair matrimônio: Anna de Oliveira Prestes (filha de Pedro Nolasco de Oliveira e Maria José de Jesus Garcia) com Thomas Pereira da Cunha (filho de José Pereira Ebanos e Joanna da Cunha) na Igreja Matriz Santo Amaro. Esse casal dá o primeiro bisneto a Agostinho de Oliveira da Costa e Anna da Silveira: Manoel Pereira da Cunha, nascido em 1747 em Santo Amaro e batizado na Matriz local em 12 de novembro de 1747.

Em 29 de março de 1751 em Santo Amaro faleceu Anna da Silveira aos 58 anos de idade, deixando o viúvo Agostinho (depois de quase 43 anos de casamento), filhos, netos e bisnetos.

Após alguns anos Agostinho casou-se com a também viúva Domingas Ribeiro, filha de Braz Domingues de Siqueira e Benta Ribeiro do Passo, em 15 de novembro de 1757 na Matriz de Santo Amaro. Neste mesmo local, Domingas faleceu em 22 de fevereiro de 1761.

Novamente viúvo, ele casou-se pouco tempo depois com Luzia Vieira, esta filha de Gualter Vieira Passos e Joanna Moreira da Silva, nascida em 1731 em Santo Amaro e batizada na respectiva Igreja Matriz em 19 de abril de 1731. Seu terceiro casamento realizou-se em 24 de novembro de 1761 nessa mesma Igreja.

Com essas duas esposas ele também teve filhos cujos registros paroquiais de batismo foram encontrados, sendo explicadas essas famílias a seguir:

Agostinho de Oliveira da Costa e Domingas Ribeiro
          ·         Agostinho (1758)

Agostinho de Oliveira da Costa e Luzia Vieira
          ·         Anna (1762)
          ·         Francisco (1765)
          ·         Joaquim (1766)

Talvez Agostinho tenha tido mais alguns filhos que faleceram na infância e não foram batizados, porém não foram encontrados registros paroquiais de óbito deles.

Vários bisnetos de Agostinho nasceram bem antes que esses últimos filhos advindos desses dois casamentos, ou seja, muitos de seus bisnetos eram bem mais velhos que os próprios tios-avós.

Outra curiosidade é que a terceira esposa, Luzia Vieira, era mais nova que o primeiro neto de Agostinho, Simão Pires de Oliveira, e nasceu no mesmo ano da segunda neta, Anna de Oliveira Prestes; esta batizada em 19 de agosto de 1731 na Matriz de Santo Amaro, bairro onde nasceu.

No dia 24 de janeiro de 1770 Isabel Maria de Jesus (filha da neta Anna de Oliveira Prestes com Thomas Pereira da Cunha) casou-se na Igreja Matriz Santo Amaro com Francisco Pereira Domingues (filho de Onofre Pereira da Silva e Marianna Vaz Domingues) e tornou-se a primeira bisneta a se casar.

Agostinho de Oliveira da Costa faleceu em Santo Amaro em 20 de setembro de 1773 aos 86 anos de idade, muito avançada para a época, cuja expectativa de vida girava entre 35 e 40 anos; deixando a viúva Luzia Vieira, filhos dos três matrimônios, netos (sendo muitos casados), bisnetos (com alguns já casados) e talvez até trinetos; e foi sepultado dentro da Igreja Matriz Santo Amaro.

O primeiro trineto descoberto até o momento foi batizado com o nome Joaquim em 3 de janeiro de 1774 na Igreja Matriz Santo Amaro e era filho da bisneta Isabel Maria de Jesus com Francisco Pereira Domingues. Joaquim deve ter nascido em novembro ou dezembro de 1773, ou seja, Agostinho não chegou a conhecê-lo.

Milhões de pessoas vivendo hoje descendem de Agostinho de Oliveira da Costa; já que uma pessoa que nasce há mais de 330 anos gera mais de 10 gerações de descendentes e, no caso dele, as primeiras já foram numerosas: ele teve 14 filhos que se casaram, alguns mais de uma vez, gerando mais de 80 netos, sendo que o primeiro nasceu há quase 290 anos.

Para finalizar, demonstro toda minha linhagem de ascendentes até Agostinho, que está a nove gerações acima de mim, ou seja, ele é bisavô da bisavó do meu bisavô:

·         Alan Franci (Itapetininga - 1978)
·         mãe: Marly Carneiro (Itaí - 1941)
·         avô: Cornelio da Silva Carneiro (entre Itapetininga e Tatuí - 1893)
·         bisavô: Maximino Vieira da Silva (Tatuí - 1852)
·         trisavó: Gertrudes Dias Vieira (Cotia - 1820)
·         tetravô ou tataravô: Joaquim Dias Vieira (Cotia - 1789)
·         5ª avó: Anna Maria de Oliveira (Cotia - 1762?)
·         6º avô: Pedro Celestino de Oliveira (Sé, São Paulo - 1743?)
·         7º avô: Pedro Nolasco de Oliveira (Santo Amaro, São Paulo - 1709)
·         8º avô: Agostinho de Oliveira da Costa (Santo Estêvão, Lisboa, Portugal - 1687)

Fontes:

* Family Search:

* Genealogie on line:

* Genearc:

* Geni:

* My Heritage:

* Nós Portugueses:

* Projeto Compartilhar (Bartyra Sette e Regina Moraes Junqueira):

Pesquisa:

* Alan Franci:

Observações e análises das informações pesquisadas

Minha curiosidade em torno de Agostinho de Oliveira da Costa, que culminou com a realização deste pequeno artigo, ocorreu principalmente devido a ele ser meu 8º avô (como linhagem de ascendentes mostrada acima) e, também, ser ele um imigrante português antigo (início do século XVIII) e seus registros paroquias no Brasil dizerem o local de seu nascimento e batizado, facilitando muito qualquer busca.

Outros motivos também foram que esses registros continham muitas variações nos nomes de sua mãe e avós, havia o desconhecimento por parte de Agostinho do nome de seu avô paterno e, apesar de vários sites na internet discutirem sobre sua genealogia, todos desconheciam a data de seu 1º casamento e do ano de seu nascimento. Com o objetivo de solucionar essas questões, comecei a fazer essa busca. Interessante também seria definir a real idade dele ao falecer, que já sabia ser uma idade avançada para a época, pois já era mencionada no seu registro paroquial de óbito.

Outra curiosidade foi ele ter-se casado três vezes e deixado grande descendência ao falecer, tendo filhos nos três casamentos, sendo que os últimos nasceram concomitantemente com netos e bisnetos; motivando-me a pesquisar para ver pelo menos os registros de batismo e casamento de todos os seus filhos e tentar definir os nomes mais usados por eles; procurar por outros filhos falecidos ainda crianças e descobrir quem foram os primeiros a nascer e a se casar em cada geração até a terceira e tentar descobrir se ele poderia ter conhecido pelo menos o primeiro trineto, já que havia essa possibilidade, pois uma bisneta casou-se já em 1770.

Sobre a provável data de seu nascimento, tinha-se que era de 1683 pelo seu registro paroquial de óbito que dizia que ele faleceu com 90 anos em setembro de 1773, mesma data de nascimento encontrada em todos os sites na internet, pois foi tirada do mesmo registro. Como sabemos, esta idade sempre acaba sendo meio aproximada e fazendo a busca em torno de 1687, encontrei seu registro paroquial de batismo em outubro de 1687 nos livros da Igreja por ele indicada.

Os nomes corretos de sua mãe e dos seus avós e o nome do seu avô paterno consegui definir depois de pesquisar e ver muitas imagens de registros da Igreja Paroquial de Santo Estêvão, como o casamento dos seus pais e dos seus avós paternos, os batismos de seus pais e outros, já que foram declarados por eles mesmos. O nome do avô materno era Antonio e não Manoel; já o paterno, este sim era Manoel; provando que o próprio Agostinho não sabia ao certo os nomes dos seus avós.

O próprio nome de Agostinho aparece de várias formas diferentes nos diversos registros vistos no Brasil: na maioria das vezes apenas “Agostinho de Oliveira”; porém há a forma bem comum “Agostinho de Oliveira Costa” e também “Agostinho de Oliveira da Costa”; escolhendo definir assim seu nome.

Outro detalhe é que Agostinho declarava nos registros e os sites na internet afirmam que o pai, Vicente de Oliveira, era natural da antiga Freguesia de Santa Engracia e a mãe, Anna da Costa, da de Santo Estêvão. Porém os dois eram naturais de Santo Estêvão e foram batizados na principal Igreja desse local. A Freguesia de Santo Estêvão foi extinta devido a uma reorganização administrativa, fazendo parte quase que integralmente da nova Freguesia de Santa Maria Maior.

O Bairro de Alfama, assim como outros de Lisboa, não é uma divisão administrativa, mas uma divisão informal ou histórica e engloba boa parte da Freguesia de Santa Maria Maior. O Beco do Maquinez (onde moravam os pais de Agostinho quando ele foi batizado, indicando que ele nasceu nesse local) e a Igreja Paroquial de Santo Estevão estão localizadas nos limites da atual Freguesia de Santa Maria Maior e do tradicional Bairro de Alfama.

O registro de seu primeiro casamento foi localizado na Igreja Matriz de Santo Amaro no ano de 1708. Como no registro está Martinho de Oliveira casando com Anna de Brum da Silveira, os demais pesquisadores não perceberam que se tratavam de Agostinho de Oliveira da Costa e Anna da Silveira. Uma confirmação de tratar-se do mesmo casal é que esse registro diz que Martinho era de Lisboa, coincidindo com sua naturalidade, e outra é que o registro de batismo de 1709 do primeiro filho, Pedro, diz que este é filho de Agostinho de Oliveira Costa e Anna de Brum, praticamente o mesmo nome da esposa nesses dois registros.

Sobre a primeira esposa, Anna da Silveira, depois de uma certa pesquisada nos registros da Matriz de Santo Amaro e não encontrar seu batismo, apenas de dois de seus irmãos, imaginei que ela poderia ter sido batizada na antiga Igreja da Sé de São Paulo. Depois de analisar as difíceis imagens quase apagadas e danificadas das páginas dos livros da Catedral, acabei encontrado o registro desejado.

Faltou encontrar o registro de batismo de segunda esposa, Domingas Ribeiro, mesmo depois de pesquisar bastante e da mesma forma que a mencionada no parágrafo anterior.

Também foram pesquisados outros livros da Matriz de Santo Amaro para ver os registros paroquiais de batismo de todos os seus filhos e tentar achar mais alguns que foram batizados e faleceram na infância. Como pode ser visto, não foram encontrados outros filhos; mesmo pesquisando os registros paroquiais de óbito. Houve uma grande dificuldade em analisar as imagens dos registros no site dos mórmons, pois estas mostravam as páginas dos livros com a tinta bem enfraquecida.

A seguir mostro os nomes e as datas do batismo de todos os filhos batizados. Desta forma foi possível definir o ano em que cada um deles nasceu, já que nessa época as crianças no Brasil ou em Portugal eram batizadas com poucas semanas ou, no máximo, alguns meses:

·         Pedro: 14/02/1709
·         José: 06/09/1711
·         Domingos: 08/04/1714
·         Anna: 15/12/1716
·         Escolastica: 02/02/1720
·         Agostinho: 02/09/1725
·         João: 26/06/1729
·         Manoel: 13/07/1732
·         Joanna: 03/07/1735
·         Francisco: 08/12/1737
·         Agostinho: 15/11/1758
·         Anna: 25/11/1762
·         Francisco: 25/08/1765
·         Joaquim: 19/09/1766

Há um intervalo muito grande entre os filhos Escolastica e Agostinho e entre Agostinho e João; mas, como dito, não foram encontrados nenhum registro de óbito de filhos nesses intervalos. Talvez a esposa Anna abortou alguns filhos nesses períodos, assim não constaram nos registros.

O filho Antonio com certeza é o filho batizado com o nome de Agostinho. Isto pode ser verificado ao comparar os padrinhos descritos no registro de batismo de Agostinho e pela testemunha que mencionou quem eram os padrinhos de batismo de Antonio no seu processo de Dispensa Matrimonial. Pode ter havido alguma confusão do pároco ao se fazer o registro com o nome do pai ou Antonio foi batizado com outro nome mesmo, porém com certeza Agostinho e Antonio são a mesma pessoa.

A Dispensa Matrimonial era um procedimento da Igreja para autorizar um casal a contrair matrimônio, necessário quando havia um grau de parentesco entre os cônjuges ou faltava alguma comprovação da identidade ou filiação de alguém. No caso de Antonio, não havia sido localizado seu registro de batismo, já que ele foi batizado com o nome de Agostinho.

Fiz uma análise principalmente dos registros paroquiais de casamento dos filhos de Agostinho para tentar definir seus nomes corretos ou por eles mais usados. Também foram vistos e consultados nos diversos sites os registros de batismo dos netos para verificar como os pais destes se declararam em cada registro e concluí da seguinte forma:

·         Pedro => Pedro Nolasco de Oliveira
·         José => José de Oliveira Prestes
·         Domingos => Domingos de Oliveira Ramos
·         Anna => Anna de Oliveira Prestes
·         Escolastica => Escolastica de Oliveira Prestes
·         Antonio => Antonio de Oliveira Prestes
·         João => João de Oliveira Prestes
·         Manoel => Manoel de Oliveira Prestes
·         Joanna => Joanna Gertrudes de Oliveira Prestes
·         Francisco => Francisco Xavier de Oliveira
·         Agostinho => Agostinho de Oliveira Prestes
·         Anna => Anna Maria de Jesus
·         Joaquim => Joaquim de Oliveira Prestes

O filho batizado com o nome de Francisco em 1765 não foi citado no processo de Inventário dos bens deixados por Agostinho de Oliveira da Costa em 1774. Portanto tudo indica que ele faleceu na infância, mas seu registro paroquial de óbito também não foi encontrado.

Consegui definir os primeiros a nascer e a se casar das três primeiras gerações, porém um dos objetivos também era o de encontrar algum trineto que Agostinho conheceu.

Depois de muitas análises e pesquisas nos vários sites e em imagens de registros para encontrar bisnetos propícios a dar um trineto a Agostinho ainda em vida e, também, descobrir outros na mesma situação e não citados nesses sites, acabei encontrando mais alguns bisnetos; porém não encontrei nenhum registro de um trineto nascido antes da morte de Agostinho. O primeiro que encontrei, Joaquim, foi batizado em 3 de janeiro de 1774 e creio que nasceu 2 ou 3 meses depois de seu falecimento, ocorrido em setembro de 1773.

Caso encontre outro trineto mais velho que Joaquim ou que seja contemporâneo a Agostinho, farei uma correção através de uma complementação para não mudar esse texto.

Para encerrar estas observações e análises faço uma explicação de como estimar o número de descendentes de uma certa geração. Considerando a 10ª geração e que Agostinho teve 10 filhos; cada filho tendo em média 8 filhos, o que totaliza um total de 80 netos (o que realmente ocorreu no mínimo); cada neto tendo 5 filhos em média e assim sucessivamente, o cálculo obtido é uma multiplicação resultando em:

·         10 * 8 * 5 * 5 * 5 * 5 * 4 * 4 * 3 * 3 = 7.200.000 de pessoas na 10ª geração

Usando um número de filhos menor para cada geração, mas considerando 12 delas:

·         6 * 6 * 5 * 5 * 4 * 4 * 3 * 3 * 2 * 2 * 2 * 2 = 2.073.600 pessoas na 12ª geração

É apenas uma estimativa, mas fazendo uma variação no número médio de filhos, quase sempre o resultado obtido acaba ficando na casa dos milhões, mesmo levando-se em conta que o número de filhos por casal hoje é bem menor que o de antigamente. Nos dias atuais Agostinho tem descendentes de no mínimo 13 gerações abaixo dele; assim estimando o número de descendentes apenas das gerações 10 e 11, que vivem atualmente, já se obtém da ordem de alguns milhões de pessoas cada uma delas.

Alan Franci – Itapetininga – segunda-feira, 14 de janeiro de 2019