Hoje, 30 de setembro de 2012, faz 128 anos que nasceu a Professora Corina Caçapava Barth. Neste artigo farei um pequeno estudo histórico e documental da professora, música e poetisa, usando informações de registros paroquiais da “Igreja Matriz Santíssima Trindade” de Tietê, de interessantes e curiosas notícias do jornal “O Estado de São Paulo” e de publicações do “Diário Oficial do Estado de São Paulo” (DOSP) relativas a ela.
Nasceu “Corina Caçapava” em 30 de setembro de 1884, em Tietê-SP, sendo filha de João Leite de Oliveira Caçapava e Argentina Ribeiro
Caçapava.
Seu único
documento de nascimento é o seu registro paroquial de batismo, já que nesta
época ainda não era obrigatório o registro civil de nascimento e na maioria dos municípios brasileiros nem cartório para este fim havia. O registro civil só passou a
ser obrigatório em todo o território nacional a partir de 1o
de janeiro de 1889, sendo uma consequência da crescente pressão dos ideais
republicanos. Pouco depois, em 15 de novembro de 1889, ocorreu a Proclamação da República.
Abaixo a imagem do registro de batismo de Corina, batizado ocorrido na Igreja Matriz Santíssima Trindade, em Tietê (clique nas imagens para aumentá-las):
Abaixo a imagem do registro de batismo de Corina, batizado ocorrido na Igreja Matriz Santíssima Trindade, em Tietê (clique nas imagens para aumentá-las):
A seguir, um resumo com as principais informações contidas no registro acima:
data do batismo: “quatro de Março de mil oito centos oitenta
e cinco”
data do nascimento: “trinta de Settembro pp. anno” (pp. =
próximo passado)
pais: “João Leite d’Oliveira Cassapava, e Argentina Ribeiro
Cassapava”
padrinhos: “Antonio Xavier Rodrigues Leite, e
Francisca d’Oliveira Cesar, representados por Domingos Jorge de Farias, e
Manoella Augusta d’Assumpção”
Uma curiosidade observada neste registro é que os padrinhos não estavam presentes na Matriz de Tietê, pois foram representados por Domingos e Manoella. Aliás, Antonio e Francisca eram os avós paternos de Corina.
Ela era uma das primeiras filhas do casal João e Argentina. Sua irmã mais velha chamava-se Carlina Caçapava, que se diplomou em 1899 na Escola Complementar de Itapetininga. Nesta ocasião foi notícia no jornal “O Estado de São Paulo” o evento realizado no tradicional Clube Venâncio Ayres para comemorar a diplomação dos formandos deste ano:
Uma curiosidade observada neste registro é que os padrinhos não estavam presentes na Matriz de Tietê, pois foram representados por Domingos e Manoella. Aliás, Antonio e Francisca eram os avós paternos de Corina.
Ela era uma das primeiras filhas do casal João e Argentina. Sua irmã mais velha chamava-se Carlina Caçapava, que se diplomou em 1899 na Escola Complementar de Itapetininga. Nesta ocasião foi notícia no jornal “O Estado de São Paulo” o evento realizado no tradicional Clube Venâncio Ayres para comemorar a diplomação dos formandos deste ano:
Na sequencia da notícia aparece o nome da aluna do segundo ano Corina Caçapava (ela se formaria 2 anos depois, em 1901, na mesma escola):
Em 18-10-1902 foi noticiada sua nomeação para professora substituta na Escola Modelo de Itapetininga:
Na edição de 25-03-1903 foi anunciada a nomeação para professora adjunta do Grupo Escolar Doutor Cardoso de Almeida, na cidade de Botucatu:
Em 04-10-1903 foi noticiado a realização de um concerto, ocorrido em 30-09-1903, no Clube Ideal de Itapetininga e organizado pelo sócio do clube e pai de Corina Caçapava, João Leite de Oliveira Caçapava. A data escolhida para o evento cultural foi a do natalício desta sua filha, que estava completando 19 anos de idade:
A pianista e aniversariante do dia, Corina Caçapava, executou 3 peças nesse concerto, que foi dividido em 2 partes e teve outras obras apresentadas por outros músicos. Na 1o Parte ela tocou juntamente com Julia Vasques:
e na 2o Parte apresentou-se com mais 2 obras:
Dentre as muitas notícias publicadas na edição do “Estadão” do dia 03-12-1904 sobre a cidade de Itapetininga está a seguinte:
Lecionando e residindo na cidade de Itapeva, na época denominada Faxina, a pianista Corina participou de mais um evento cultural, ocorrido na noite do dia 03-05-1906, onde também estavam sua irmã Cacilda Caçapava e seu futuro esposo Christovam Colombo da Gama, como podemos ver nas próximas 2 imagens extraídas da mesma reportagem do jornal “O Estado de São Paulo” do dia 13-05-1906:
Era tão estimada e de tradicional família, que quando teve uma pequena enfermidade, foi notícia de jornal, como na edição de 22-08-1911. Como podemos observar, nesta época ela estava residindo em Porto Feliz:
Corina executou algumas obras neste concerto; entre elas, a citada abaixo, juntamente com sua irmã e com o casal Accacio Piedade e Leocadia de Mello Piedade:
A professora Corina Caçapava, paulista de Tietê, casou-se com o médico baiano Christovam Colombo da Gama em maio 1906, nesta mesma cidade de Faxina (atual Itapeva), no mês seguinte ao do citado evento acima. A partir de então, ela passou a assinar Corina Caçapava da Gama.
Christovam faleceu em 1928 na cidade de Taquaritinga, deixando a esposa e 4 filhos. Sua morte foi noticiada no dia 13-10-1928 no “Estadão”:
Em junho de 1935 faleceu a mãe de Corina, Argentina Ribeiro Caçapava (informação publicada no dia 23-06-1935 convidando parentes e amigos para a missa de 7o dia):
No dia 14-12-1935 em Itapetininga, a viúva Corina Caçapava da Gama casou-se com o também viúvo João Barth, farmacêutico natural desta mesma cidade. A partir de então, ela passou a assinar “Corina Caçapava Barth”.
Em julho de 1936 morreu seu pai, o também farmacêutico João Leite de Oliveira Caçapava, falecimento anunciado em 08-07-1936:
No anúncio acima e no da morte do primeiro esposo vemos quem eram os irmãos e os cunhados da professora Corina, assim como suas profissões e as cidades em que cada um deles residiam.
No dia 11-02-1950, ela faleceu em São Paulo aos 66 anos incompletos de idade, cuja notícia foi publicada no jornal “O Estado de São Paulo” em 16-02-1950:
No dia 11-02-1950, ela faleceu em São Paulo aos 66 anos incompletos de idade, cuja notícia foi publicada no jornal “O Estado de São Paulo” em 16-02-1950:
Deixou 4 filhos: Jovita da Gama Botto, Yolanda Caçapava da Gama (depois Yolanda Caçapava Gama de Macedo), Celso Caçapava da Gama e Carlos Gilberto Gama.
Hospital e Maternidade Doutor Christóvão da Gama - Santo André
A Casa de Saúde e Maternidade São Christóvão foi inaugurada em 30 de setembro de 1954 pelo Doutor Celso Caçapava da Gama. O nome foi uma homenagem ao seu pai, o Doutor Christovam Colombo da Gama, e a data escolhida para a inauguração foi a do aniversário de nascimento de sua mãe, a Professora Corina Caçapava, que estaria completando 70 anos, caso estivesse viva.
Devido ao seu progresso, menos de 6 anos depois, o hospital inicial foi ampliado e no dia 24 de fevereiro de 1960 foi inaugurado o atual Hospital e Maternidade Doutor Christóvão da Gama.
Escola Estadual Professora Corina Caçapava Barth
Como uma justa homenagem, foi dado o nome da professora Corina a um Grupo Escolar já existente em Itapetininga, através do Decreto No 27.556, de 22 de fevereiro de 1957, publicado no DOSP em 23-02-1957:
A atual localização da escola deve-se ao Decreto No 40.427 de 23 de julho de 1962, que desapropriou o terreno para a construção do, na época denominado, Grupo Escolar Professora Corina Caçapava Barth. Abaixo, a publicação do citado Decreto no DOSP do dia 24-07-1962:
Desta forma, encerro esta reunião de imagens de notícias e publicações oficiais que mostram um pouco da história da
professora Corina, suas moradas ao longo da vida e algumas informações sobre
seus familiares mais próximos.
Para
concluir, neste ano a Escola Estadual Professora Corina Caçapava Barth, que se originou do antigo Grupo Escolar da Aparecida do Sul, completou 70 anos de fundação.
Alan Franci, Itapetininga - 2012
